(...) 

Depois de sermos abordadas pelos seguranças, enfim, sentamos. 

Eu tagarelava excitante pra um velho que estava sentado do nosso lado 
-sabe se lá sobre o que-.

Você me puxou pro seu colo, como quem ordena sem falar, debruçou sobre minha nuca e suspirou.

Suspirou aliviada.
Suspirou tranqüilamente.
Suspirou.
Como se estivesse no lugar certo.
Logo ali na minha nuca. 

E percorremos até onde eu iria te deixar, sem trocar palavras.

Fiquei te olhando subir os degraus em direção a catraca, suja de sangue, segurando o skate pelos dedos.

Voltei, excitante ainda, viva!
Agora, tagarelando pra mim mesma.
Apaixonadamente viva.

Hot shot!

(...) 


- Eu nunca ouvi alguém falando assim sobre um suspiro.
- Eu lembro dele perfeitamente. 

(os dois caem na risada)

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