"É bom sentir isso, minha pequena poção de felicidade."
O cheiro de sua pele permanece em meus dedos, quase materializando a vontade que tenho do seu gosto em minha boca. Fundindo dois corpos que se querem sem pecado. Em constante êxtase.
Um movimento que é só nosso.
Meu coração suspira aliviado em saber que, sempre é tempo de se apaixonar.
"(...) a verdade é que eu sempre soube, o que eu gosto, é de lembrar sentindo."
Quero me consumir até o final.
Vamos nos unir (pê)los!
Nos entornar prazer.
"(...) te pegar pela cintura e levar a dançar no ritmo do meu corpo."
Todos aqueles segundos gravados em nossa retina.
Agora.
“Vinha andando pela rua, coberta de pedras desconexas, guardando todo e qualquer paradoxo histórico."
O sol já não aquecia os corpos, somente à alma.
Da cadeira de balanço feita de madeira, admiro uma arte viva.
Uma moldura que é a janela de um enorme quarto branco.
Vazio de objetos.
Cheio de conteúdo.
Te chamarei Rubí.
É, Rubí!
Continue sendo a graça de todas os finais de tardes.
Pra mim e para aquele que vive à apreciar a moldura através da janela.
Afinal, quem nunca amou à arte?
olhai-vos.
Prosa
Eu vou pro Rio de Janeiro.
Sentar no arpoador e meditar.
Eu vou pitar um cigarro com um gari e vou andar de bicicleta na orla inteira.
Do leme ao pontal.
Eu vou cantar Tim Maia e vou invocar o Cazuza.
É isso que eu vou fazer.
- E depois?
- Depois eu não sei, eu não penso no depois.
Eu nem quero pensar no depois.
Depois é... sei lá, eu acho que a gente tem que viver uma semana de cada vez.
Vive uma semana, a outra você vê.
E vai vivendo.
Planejar coisas a longo prazo pra quem tem urgência, não funciona.
Tem que matar sua sede, e não ficar com sede.
Não existe isso de: “eu vou acumular sede e depois eu vou beber água.”
Não!
E vou entornar a água quando eu estiver com sede.
E quando a gente tá com sede? O tempo inteiro!
O tempo inteiro a gente tem sede de... tudo.
E essa é a magia da coisa.
Você entende o que eu tô falando.
Paulynne Alves & Lucas Simões
Vou viver pra caralho!
Só falo, como eu tô falando agora.
Isso aqui é natural.
Eles devem transar pra caralho.
Não adianta a gente querer embarcar em destino.
(...)
O terceiro ato - Paulynne Alves
Depois de seis longos meses voltei a Catânia.
Desde o começo sabia que partiria, não é?
Eu sei, eu também sabia.
Você me conhece, pequena.
Sempre soube que eu procuraria em todo e qualquer canto algum pedaço de você.
E vamos combinar, nada mais clichê que um frasco de perfume.
Afinal, é o que eu sempre quis.
Você em um frasco.
Algo que eu pudesse guardar e sentir quando eu quisesse.
Não sossegaria até encontrar.
E acredite, eu encontrei.
Aqui mesmo, em uma loja de coisa barata.
Escondido no meio de outros muitos perfumes.
Nesses seis meses virei especialista em cheiros.
Você sempre foi mais esperta que eu.
O perfume não tem nome, marca ou qualquer outra coisa que alguém poderia identificar.
Como você.
Um frasco azul, pequeno, delicado, só não tem seus longos cabelos loiros.
Que seja, tem o seu sexo, todo, contido e guardado pra mim.
Consigo escutar Battisti tocando ao fundo.
E por instantes revivo todos os momentos concupiscentes que vivemos naquele quarto.
Feito dois animais no mais alto nível de selvageria.
Eu vendi o sobrado e levei comigo nada que fosse tangível.
Hoje volto com grande parte de você.
Falta pouco, muito pouco.
Eu não sossegarei.